Falando do International Bellydance Eilat Festival

Finalmente chegou a hora de falar deste evento maravilhoso, amei cada dia e workshop do qual participei, me senti em casa, um sentimento de que o que faço é real, dança oriental.

Há 10 dias atrás cheguei ao Brasil com um sentimento de felicidade e leveza imensos após passar 8 dias em Eilat/Israel, uma cidade linda e com um dos eventos internacionais mais respeitados de dança do ventre fora do Egito.

Mas esta viagem começou há um ano atrás, pois como dizem por aí “uma viagem começa quando você imagina estar nos lugares que vê”, e assim começou a jornada, quando acreditei que era possível estar lá.

 

É claro que entre o sonho e a realidade muitas coisas mudam, planos são refeitos, pesquisas são ampliadas, e principalmente porque ao tornar este sonho realidade, fiquei desempregada durante o processo, aí foi complicado, pois a gente fica pensando nos custos, como vai fazer para pagar, e como fica a vida depois... mas nesta hora meus pais me apoiaram, não pagando, mas fortalecendo a idéia de que era hora de descansar a mente cansando o corpo de uma maneira que me deixasse feliz, assim como foi em 2010. Então me decidi..Eilat Festival, aqui vou eu...

Ai fui atrás de outros detalhes da viagem, a Eilat Hostel foi um achado maravilhoso no corte de custos e muito bom mesmo, os Albergues da Juventude estão de parabéns, fiquei a uns 400m do hotel do evento, melhor impossível. E não posso deixar de falar do Consulado de Israel em São Paulo que disponibiliza um kit informação muito bom e completo sobre a cidade, pontos turísticos, moedas, tudo o que se deve saber ao organizar uma viagem, imagine pensar em sair e esquecer do shabat de sexta para sábado, sem condições...

Depois de lançada a listagem de professores final e a ordem dos workshops, agora eu deveria ter um plano de estudos para o evento, pois as festas já estavam nos aguardando das 22h às 1 da manhã, na verdade tinha música o dia todo com a orquestra do Saleh Heby, aliás comprei o CD de músicas dele para a Orit, e nem adianta me pedirem, pois sou a única no Brasil que tem o CD, a única brasileira que foi ao evento, a Lulu Sabongi é outro grau...já que daria workshops, então posso dizer “Eu fui!!!!!” 

Todos os itens checados, mala ok, e fui...dia 15 de janeiro de 2012 embarquei rumo a mais um lindo momento da minha vida, rumo ao Eilat Festival, e não estou fazendo simples propaganda não, eu realmente gostei...Ir a um evento de dança no Oriente, num dos países da dança ancestralmente tem uma atmosfera diferenciada, mesmo com todas as dificuldades pelas terras de lá, ninguém arreda pé, então é isso...

 
Foram 28 horas de viagem até Eilat, cheguei lá era 20h, e aqui no Brasil era meia-noite, uma diferença de 4 horas, então tinha que ligar para casa depois de 0h para dar notícias e ir falando da viagem.  Dica: é mais barato utilizar um cartão internacional, liguei todos os dias e custou 60 shekels (em torno de 30,00).

O aeroporto é dentro da cidade, Cumbica/SP tem espaço de sobra em volta se compararmos com o aeroporto de Eilat, ele fica bem perto da zona de hotéis e em menos de 5 minutos cheguei no albergue, me hospedei e relaxei...

O evento começou dia 18 à tarde, fiz o meu registro, peguei a minha bolsinha rosa linda, meu guia de workshops, e uns 40 imãs do evento do ano que vem, que já tem donas... 2013 será a 9ª edição do evento. 

Nesta hora descobri que não existia nenhum outro brasileiro, pois o pessoal estava hospedado nos quartos por proximidade da língua, mas segui tranquila e me troquei para os 2 workshops de véu seguidos da Aziza (Canadá), conhecida nossa de longas datas, ela é muito divertida, didática e claro, tirei a minha foto, segue a prova, rsrsrsrs.

a Aziza tem um evento:
http://azizadreamcamp.com/dream_camp/

A abertura foi à noite com um lindo jantar e apresentações das bailarinas convidadas pela primeira vez no Eilat Festival foi tudo, e claro, o povo dançou muito, e eu junto...

 

Leila não deu workshop, mas foi um brilho necessário e 

indispensável à noite dançando Sawah do único Abdel Halim Hafez.

Já era 1h da manhã, opa...finalizei a festa e fui dormir e me preparar para o início da jornada de atividades e descobertas. E que descobertas...Iniciar o segundo dia do evento com o bailarino Mayodi.

eu e Mayodi

Daqui por diante serei menos descritiva e irei direto ao momentos que mais gostei, vibrei e aprendi no evento.

Mayodi, Orit, Serkan, Aziza, Lulu... eram muitas as opções e temas de estudo, mas Mayodi foi a minha grande conexão durante o evento, pois a Orit, grávida deu apenas um workshop e sinto que o Mayodi foi o “cara” que sustentou o estilo egípcio.

Além dos citados, assisti alguns outros workshops, mas não por completo já que eu tinha um mundo de informações e precisava ver todas as opções que eu tinha ao meu alcance. Esqueci de falar que o nome das salas de estudos carregavam o nome das bailarinas que a Orit Maftsir adora, lendas da dança do ventre na época de ouro do cinema.

Eu e Lulu Sabongi

Competição - segunda noite

Neste segundo dia ocorreu a competição de bailarinas que daria a uma delas lugar no hall do ano de 2013 no Eilat Festival, e às 22h começou o show com as finalistas e a ganhadora foi Zarina Mustafina da Ucrânia. 

E ainda tem a ganhadora da categoria Show...

Marina Ananyeva

O terceiro dia foi intenso com Lulu Sabongi, Mayodi e Orit, não perdi um...Foi especialmente enriquecedor assistir a cada workshop de Mayodi (Baladi; Megeance; Tarab; Old Cairo Style e Sentimento musical egípcio). As músicas, todos os meus Tarabs e novos adoráveis, nossa foi muito bom perceber esta diferença em relação ao Brasil, o que é Tarab aqui são as clássicas deles lá, eu já sabia disso, mas ouvir e ver as músicas sendo utilizadas, caramba...não foi apenas bom, foi maravilhoso, e é exatamente o que gosto e vou manter a minha linha, que felicidade...

E nem preciso dizer que o workshop da Orit [gravidíssima :)] de Egyptian Soul foi um show à parte, pois nele ela trabalhou o sentimento com a música e como repassar isto ao público, o que não dá para ser de um modo mecânico, ou seja, voce precisa sentir a música e trazer o público para a música. E aí dançamos muito.

E Show de Gala à noite??!!!! Incrível, intenso, e aí me vesti à caráter, coloquei minha galabia e fui dançar junto com a galera antes do show, e depois assisti ao evento, absolutamente incrível, e mais uma vez fiquei encantada...

E chegamos ao sábado, último dia, mas muito bom, as fotos não mentem...

 Até a Aziza ficou interessada e fez o workshop da Lulu sobre o Reda...

O evento chegou ao fim às 17h, acabou...mas ficou o aprendizado, a vivência de um momento destes, os colegas que já add. no facebook, a jornada como um todo, viver isto  te dá uma idéia de como é a dança oriental em si, e gostei muito desta experiência. 

Agora é me organizar e viver um sonho, o céu do oriente é o meu limite...

Meu feliz 2012!!!!

PS: A única coisa que me deixou abismada foi não ter achado facilmente CDs das grandes lendas árabes, só achei um de Enta Omri, as lojas estavam muito americanizadas, e só um vendedor sabia quem era o Abdel, a Oum Kalthoum, o Wahab, nem o Wael ou Najwa... Me senti um ET, nem no albergue achei alguém que soubesse quem eram. Isto é uma perda... Lady Gaga, credo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  

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