02 fevereiro 2012

Cap. 2 (Livro "Eu Matei Sherazade) - Uma Mulher Árabe sem lugar no mundo

* O vídeos abaixo possuem identificação das fotos e pessoas no link original do Youtube
(clique c/ botão direito do mouse e assista no Youtube)

Chegamos ao momento em que Joumana fala da Beirute que fez parte de sua vida, infância e memória, diferente da bela Beirute do inícios dos anos 70 cantada por Wadi El Safi, grande músico e compositor libanês. O Líbano de Joumana é o do som dos tiros bombas, ruinas, morte planto, perdas e estupidez. O que ela não esquece, especialmente por um som que a marcou para a vida toda, o "som do assobio" anunciante de mais uma destruição e perda (em 1975, conhecido como "Domingo Negro".

Ela se lembra dos seus pais recordando o Líbano do futuro que não se concretizou, como um sabor doce substituído pelo gosto amargo da pólvora. Joumana não poupa críticas ao novo Líbano, com uma aparência até moderna, mas antiquado e cheio de censura e mentiras.



Somente após fazer 17 anos Joumana pisou em Beirute Ocidental, e as opiniões se dividem sobre o que era, o que é, a artificialidade de tentar reconstruir uma cidade marcada por bombas como se nada tivesse acontecidos, como se 24h de guerra todos os dias no ouvido não fossem marcantes. 



Acredito que Joumana fala da falta de mudança nas mentes do Líbano atual, reconstruir prédios não recupera o que foi perdido na mente, na política, e isto o Líbano ainda tem muito à reconstruir, um longo caminho.


Joumana fala a sua falta de conexão com a Beirute atual já que pouco viu dela, e o que vou em sua vida até os 18 anos estava destruído. sua indiferença é bem descritiva, mas há uma empatia, ela não gosta da Beirute como está, poderia ir embora, morar num local que a fizesse se sentir em casa, mas ao mesmo tempo pensa o que seria dela se simplesmente fosse embora, isto não seria colaborar a manter o Líbano no escuro, exatamente o que os controladores das mentes no Líbano gostariam??? 

Sendo assim, Joumana se mantém e busca recuperar e ver um pouco do país que seus pais descreviam em espaço e mentalidade, assim como vários outros homens e mulheres, por isso o choque, por isso a revista Jasad (Corpo) produzida em árabe, e por isto a permanência no Líbano, em Beirute.





0 comentários:

Postar um comentário