29 dezembro 2011

P/ LEITURA: "Les danseuses du Caire" ­ - “The Belly Dancers of Cairo”

Pois é...chegamos ao final do ano de 2011, e começamos a pensar nas coisas, algumas vezes rimos, outras nos indignamos por termos sido inocente, outras ficamos irritados com uma chance que passou, enfim... é a vida, e é assim que acontece todos os anos, pois escolhemos, erramos, acertamos e seguimos a vida.

Na minha avaliação da minha face de dançarina do ventre, o balanço foi bom, descobri meu jeito, meu estilo, meu gosto, então tá bem legal, e dancei muito. Obrigada 2011!!!!

Estava na busca de um link da Dina, do seu livro biografia, e acabei por encontrar este artigo no site da Luna of Cairo.

"Les danseuses du Caire" ­ - “The Belly Dancers of Cairo” (em inglês)
http://kissesfromkairo.blogspot.com/2011/06/les-danseuses-du-caire-belly-dancers-of.html


Ao ler este artigo sobre coisas que podem acontecer a uma dançarina de dança do ventre no Cairo, soa tão estranho e absurdo quanto dentro de contexto da realidade de um país que está lutando para sair de uma ditadura, tem questões religiosas fortes misturadas ou não ao Estado ditador, ao mesmo tempo que seus homens e mulheres buscam liberdade, condições melhores de vida em igualdade na praça principal do Cairo lutando contra os apoiadores do regime.


Faz tempo que vemos as revoluções nos país árabes e africanos, a internet teve um papel importante na divulgação das indignações dos povos pelo mundo todo, indo do Wikileaks que ajudei a repassar notícias, tudo o que eu rcebia passava a quem alcançasse, da crise de Cuba, atualmente temos a ocupação de Wall Street, mas realmente o grnde ponto das revoluções ocorreu nos países árabes, eram muitos vídeos e twitter repassando as notícias, a população indo às ruas, as mulheres clamando liberdade, o abraço de soldados e cidadões que concordavam que a vida precisava mudar e para melhor, e vamos combinar...liberdade vale ir à rua, no início voce até pensa que está indo pelo seu direito, mas quando voce encontra tantas pessoas, se dá conta que é por muito mais que voce, é toda aquela gente que nunca viu, mas que vale a pena lutar.
Trabalhei a inda quero voltar ao trabalho com direitos humanos, fiz minha monografia nesta área, acompanho o que faz e não faz (infelizmente) a ONU e tantas outras entidades que poderiam fazer e ser mais, mas como tudo é feito de gente, não é porque é direitos humanos que os envolvidos são santos, tem muito sacana em pele de codeiro, acreditem...

Mas voltando ao tema deste artigo, me deparei com a realidade de uma dançarina do ventre no Egito, não é mole, tem que estar firme e forte para passar pelo teste de resistência e sobrevivência e não desistir do sonho, aqui pelo Brasil também rola uns sufocos, desrespeitos, mas me diga uma área onde as mulheres estão envolvidas e não passem por perrengue???



Este video está no artigo da Luna - http://www.youtube.com/watch?v=AHSlkSuH4oU
e mostra a vida de 3 dançarinas e um designer de roupas de dança do ventre.

French TV channel TF1's 2011 documentary on Belly Dancing in Cairo. Featuring Luna of Cairo (Diana Esposito), Soraya Zayed of Cairo, Egyptian costume designer Sahar Okasha, and unknown Egyptian cabaret dancer.
Documentary talks about the difficulties of being a belly dancer in Cairo, as well as some of the social and religious issues dancers must face.

O video começa no Nile Maxim,  barco restaurante famoso no Cairo que atravessa o Nilo com shows de dança do ventre e folclóricas, logo vemos a Luna, e aos 2:33 vemos uma imagem linda do glamour de outrora com Farid El Atrash e Samia Gamal, os grandes cabarés, as bailarinas respeitadíssimas, os filmes campeões de bilheteria, a época de ouro. Mas quem  já leu sabe que o declínio começou com o golpe militar de 1954.

Aos 3:40 o video mostra um pouco co Egito vivendo a vida e daí passa para a Luna treinando na sala de casa, realidade de muitas de nós por aqui, eu me identifico...e a bendita arrumação da mala, mas o detalhe ao qual eu queria chegar nesta terra onde dançarinas do vente deveriam ser rainhas já que o turismo ganha e muito com elas é que existe uma clandestinidade. aos 4:36 do video Luan esconde a sua bengala de saidi num saco plástico preto para ninguém ver e no artigo e video, Luna diz o motivo:

Eles acharam particularmente divertido a maneira que eu envolto minha vara Saidi lantejoulas num saco de lixo preto para esconder isso das pessoas no meu caminho para o trabalho.

Tenho que admitir que fiquei pasma com esta realidade e que ainda tinha mais...

Os jornalistas rapidamente descobriram que a minha vida como uma dançarina do ventre Cairo é emocionante, divertida e frustrante, tudo ao mesmo tempo. Vendo suas reações, quando eu disse a eles que fui expulsa do meu apartamento por ser uma dançarina do ventre, expulsa do Semiramis para não dormir com o gerente, e quase fui deportada para dançar sem carteira de trabalho, não tinha preço. E foi exatamente o tipo de coisa que eles queriam ouvir.

Uau, que coisa...daí o video segue em 5:49 mostrando a vida de outra bailarina dançando num casamento, pois é sinal de sorte e desejo de boa vida ter uma bailarina do ventre em seu casamento.

A segunda parte deste documentário lida com as dificuldades diárias enfrentadas pelas dançarinas de cabaré típico egípcio. Semelhante ao que fizeram comigo, os jornalistas seguem uma dançarina do ventre egípcia  em sua casa, no salão de beleza, e suas performances.

Há também no documentário a "Irmandade muçulmana"  que tece as suas visões sobre a dança do ventre, nem vou me estender, é só ver na net o que eles acham...

Aos 9:27 chegamos à entrevista do designer de dança do ventre, como não entendo francês, segue o que li no artigo:
E por último mas não menos importante, os jornalistas passaram um dia com a famosa bailarina brasileira Soraya Zayed e o figurinista Sahar Okasha, que perfeitamente explicou a regulamentos estritos que regem a dança do ventre figurino.

E daí segue para a Soraya em casa experimentado seus modelos e chegando ao hotel 5 estrelas onde se apresenta e o documentário chega ao fim.

Gostei muito desta visão cotidiana da dança...estudar e ler sobre a dança é sempre um ganho.

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