30 janeiro 2012

Do Livro "Eu Matei Sherazade" - Cap. 1 - Uma Mulher árabe lê Marques de Sade"


Tenho que admitir que não sabia o que esperar deste capítulo. O que será que Joumana iria me contar? Diante da época descrita por ela não sabia o que esperar, então comecei a ler capítulo rumo ao Bellydance Eilat Festival...


É preciso admitir que Joumana passou até que bem pelo processo da adolescência, esta não dava ponto sem nó, como dizemos por aqui e é isto que posso dizer que é narrado neste capítulo, a construção do indivíduo mulher, a curiosidade pelo mundo, e o sexo.





Joumana viveu uma infância onde a guerra não dá espaço à imaginar príncipes, encontro de colegas na escola, cinema, nada disso ela viveu, ou seja, parte de sua construção mais uma vez veio por intermédio dos livros. A autora conta que lia escondido os livros sobre sexo de seu pai guardados na biblioteca, bem no topo, e por eles descobriu o próprio corpo, o sexo “sem firulas”, ou seja sem descrições do tipo “montanhas virginais, flores, etc., já sabem né???? Até a masturbação foi incentivada pelas leituras, a imaginação do ato, e ali entre os livros ela também descobriu as falácias do controle da mente e do corpo feminino das mulheres árabes ainda meninas, sendo casadas cedo. No livro ela cita como um “moralista religioso” explica como lidar sexualmente com a sua esposa de 9 anos ??!!!! Só lendo o livro.

 Templos de Khajuraho, India



Há também a avaliação de Joumana sobre o retrocesso do Líbano em relação ao corpo como um todo, não apenas sobre sexo, mas a saúde, prevenção contra doenças, posso dizer aqui que Joumana lançou sua revista em língua árabe focando a temática do corpo exatamente para suprir este lapso de informação em língua pátria.

Ilha Jeju-do, Coréia do Sul


Por aqui também vivemos retrocessos em relação ao corpo, ao respeito à mulher, só o aumento de jovens grávidas no primeiro ato sexual, DST, AIDS em mulheres casadas,  câncer de colo de útero, próstata, etc. De um modo geral vivemos um tabu em relação ao corpo também que contrasta com a nossa suposta liberdade, a coisa parece mais da boca para fora, a faixa econômica não tem sido um diferencial, em boa parte do tempo é assim mesmo...

De um modo geral, Joumana expõe o Líbano de sua época retrocedendo nas liberdades de grupo e individuais, e como a sua sanidade foi salva pelos livros numa época em que só as bombas e tiros tinham voz.

Joumana levanta como importante na construção do seu caráter os livros terem lhe dado referências sobre o que era e existia ni Líbano antes da guerra e durante e após a mesma.

Assim ela finaliza o capítulo na pág, 40 louvando os livros, o ato de ler (uma questão ainda complicada no Líbano) por terem permitido à ela e outras mulheres árabes, a liberdade de consciência.



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