02 novembro 2011

Espera aí que eu tô me achando...no bom sentido...

Pois é...

Estava assistindo as minhas apresentações, ouvindo as músicas que já dancei separadas numa pasta, e revendo o meu acervo de músicas, percebi que estou construindo um gosto musical bem legal, tenho uma lista mental de músicos e estilos, eventos que gosto e um dia vou participar, e principalmente de bailarinas que admiro.

O interessante nesta história é que estou gostando e muito da minha linha pessoal, do jeito como tenho caminhado, me distanciando das clássicas do sindicato (sem diminuir, mas não é a minha praia...) que não danço nem nos concursos, sem strass subindo a cabeça (vamos combinar que 800,00 é muito dinheiro, e não faz bailarina...), mas feliz comigo mesma e querendo ver mais do meu próprio caminho.




Participar do Danças do Harém também me ajudou ao permitir que eu pudesse me apresentar mais vezes e acelerar este processo de conhecimento pessoal.


Me assisti com atenção nos eventos Glamour da Shahar e Hórus da Shayra, os dois últimos que participei antes de escrever este artigo, e que engraçado... percebi que tenho uns movimentos caracteristicos, deslocamentos e outros detalhes, tanto os legais quanto aqueles a melhorar, mas definitivamente estou seguindo uma reta onde super aberturas de perna, adereços performáticos e super-ponta de mulher maravilha não tem vez...

É muito doido quando movimentos que não são dança em si ocupam espaço numa apresentação, o público simplesmente assisti e não participa, chega uma hora que cansa, sem contar as tais músicas clássicas "de concurso" que se repetem o dia todo, depois de 8h num evento voce fica sem saco, literalmente...

Eu costumo utilizar Tarab que considero muito mais música de dança do ventre no meu gosto pessoal, me conecto pessoalmente e até canto em alguns momentos, rsrsrs.

Gosto de versões num estilo não tão moderninho (tipo DJ), e instrumentais dentro da dinâmica da original da música, onde voce não fica com a sensação de que está ouvindo outra coisa que não seja a música. Por exemplo, a Orquestra Arábe fez um CD lindo - Trubuto a Oum Kalthoum, mas derrapou ao fazer o trubuto do Abdel Halim Hafez. Já o  saxofonista Samir Srour foi muito mais feliz em muitas versões do Abdel, até porque ele foi saxofonista da banda dele, e fez algumas versões instrumentais lindas.

Numa das minhas avaliações, quando dancei Ala Hisb Wedad (transliteração do nome da música, existem outras) do Abdel Halim Hafez, versão semi-instrumental do Samir, uma jurada disse que eu só deveria cantar se conhecesse a música, e ela não estava errada, pois existe papagaio que repete, mas eu conheço esta música, e nossa! continuo ouvindo-a constantemente como uma das minhas adoradas. E quanto a cantar...vou continuar, pois tem tudo a ver com as músicas que escolho, seguindo o que conta cada uma delas.

Já me disseram também que mexo as mãos dançando, como se estivesse gesticulando, mas se tratando do meu gosto musical utilizado, eu realmente estou...sem problemas, pois a música fala e eu quero falar também...

Tudo isso é muito curioso, voce conseguir ler um pouco do que faz é bem legal, e se sentir à vontade com a sua dança sinceramente é muito positivo.
 
Estou feliz comigo, acho até que vou me dar Parabéns Lu Ain-Zaila!



















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