Cheik anta Diop: Meu herói político, científico e histórico ~ Lu Ain-Zaila Bellydancer

23 novembro 2013

Cheik anta Diop: Meu herói político, científico e histórico

23 novembro 2013 às 08:49

08:49

Lu Ain-Zaila

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Levantei hoje 4h da manhã na intenção de escrever, mas até as 6h não escrevi nada, só pensei, só li, só avaliei e então resolvi escrever - Sobre o meu objetivo inicial? Não, a escrita foi outra, mas me trouxe novas visões e assim tinha que ser, quem sabe...

Meu herói político, científico e histórico é um senegalês incrível, o homem é uma das mentes brilhantes do século XX, mas como negro é ignorada, reconhecido por muitos, mas fora da história do mundo. Se tivesse que identificá-lo entre as mentes mais importantes e revolucionárias do século, colocaria-o uns degrau acima de Einstein. Diop foi Químico, Físico, Antropólogo, Egiptólogo, Linguista, Historiador, Sociólogo e Filósofo - imagine uma pessoa falar no mínimo 10 dialetos africanos e ainda inglês e francês?

Cheik Anta Diop abrindo caminhos no estudo com carbono

Traduziu a teoria da relatividade de Einstein para o Wolof, sua língua nativa.

Cria escrever com minhas palavras sobre Cheik anta Diop, mas muito do que tem dele está no francês e na sua língua nativa, uma barreira que existe, é real.

Diop mudou a história do mundo, da África e até de países da Ásia e América Latina a desenvolver e identificar traçõs negróides em populações antigas neste continente, civilizações. Há muito a se ver e estudar, lembro da primeira vez que vi nas coleções Thoth (vou achar a editora e adiciono no final do texto...) quando vi um buda negro na Tailândia, Vietnã? Eles usavam o mesmo coquinho de trança que a minha mãe fazia na minha cabeça, mas que deixei de usar porque implicavam e eu não tinha referências suficientes pra ter orgulho do tamanho da história daqueles coquinhos.

E negros nas Américas então? Saber que tínhamos construído civilização por aqui? Saber que os primeiros barcos de navegação alto-mar na verdade eram africanos ainda em 2500 A.C, que novidade incrível, eles já atravessavam todo o mar vermelho.

Diop lutou para provar durante seu doutorado em Sorbonne a ancestralidade da África e passou toda a sua vida se dedicando a provar a nossa capacidade intelectual e como sistematicamente éramos perseguidos através da história. Eu já conhecida a tal história de Khan da bíblia católica, mas imagine a minha surpresa a descobrir que já nos odiavam a pelo menos 5000 anos através de uma antiga bíblia indiana/hindu que dizia que devíamos ser exterminados do céu e da terra? hein? o que será que isto significa, céu tb? Há quem tente descobrir, talvez a resposta para parte do problema de castas por lá, e tantas outras problemáticas, provar a ancestralidade destas coisas é importante para entendermos o que ocorre hoje, dizem que é fácil combater o racismo, mas não é verdade.

Imagine descobrir nestes estudos que certas "descobertas e estudos gregos" na verdade são egípcios e africanos?

Imagine lutar contra uma teoria que dizia que os negros egípcios eram queimados de sol de forma uniforme? Isto era uma teoria difundida, acredite...

Seus estudos também ajudaram na identificação de civilizações negras na América Latina 4000 A.C, mas como chegamos aqui? Atravessamos o Atlântico? Para onde fomos? Muitas perguntas...

Queremos mudar o mundo esquecendo o passado, picotando o passado, e isto nunca vai dar certo...

As teorias de Cheik Anta Diop foram reconhecidas em 1974 pela UNESCO numa conferência, onde já se tinha acesso a outros mecanismos de pesquisa científica, linguística, química e outras referências que provaram que Diop estava certo, que seu estudo da África Antiga é um presente à humanidade.

Hoje no Brasil podemos contar felizmente com o seu melhor amigo de pesquisa, o Prof. Dr. Carlos Moore Wedderburn que mora na Bahia, e tem livros que merecem ser lidos, e quando alguém disser a você que uma nação se destrói por "fragilidade", suspeite... Este aí não sabe o que é história, dominação e ideologia.
Sei livro p/ download - http://www.abruc.org.br/sites/500/516/00000672.pdf

Este homem me deu referências pra fazer um futuro melhor, mas não é estudado na escolas? O que mudaria? Muita coisa, com certeza...mas num país que vê Machado de Assis como branco...